segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Vaidade

Depois de longo e tenebroso inverno em pleno janeiro, conseguido à base de ar condicionados alheios, tô de volta ao blog com uma observação. Eu, que ultimamente não faço coisa diferente de ler e dormir há dias, assumo: gosto que digam que sou importante. Vejam só esse exemplo: recebi um recado de orkut, de uma pessoa da minha cidade, me parabenizando por um tal artigo que escrevi sobre demarcação de terras indígenas. Aquilo honestamente foi uma das coisas mais inúteis que escrevi, só pra constar que, gente, eu e mais dois gatos pingados - literalmente - vimos "Terra Vermelha" em seu último dia de exibição. Dai, como estavam me cobrando o artigo, mandei o que tinha escrito mesmo. E hoje vem alguém me falar que gostou "do conteúdo". Olha, pra mim isso é novidade. Porque além de não ter nenhum conteúdo especial, ninguém até hoje tinha me dito que se importava com o conteúdo, exceto minha mãe. Meus irmãos mesmo, gostam é de ver meu nome embaixo das coisas, assim Aline Maziero.


Então, mesmo sendo tronxo, compartilho com vocês.


Demarcação de terras indígenas: histórico

Um dos temas mais recorrentes no estado de Mato Grosso do Sul atualmente, é a questão das terras indígenas e sua provável – e demorada demarcação. Em palestra sobre o tema o antropólogo e professor Antonio Hilário Aguilera Urquiza., destacou a existência de nove etnias indígenas no estado.

Dentre essas, o povo guarani são os que ocupam suas terras desde o século XVI e viviam pacificamente até a explosão da Guerra do Paraguai em 1865 e a posterior concessão feita à empresa Matte Laranjeira, em terras que iam desde Rio Brilhante até Carapó. A empresa se utilizava de mão-de-obra indígena.

Os estudos arqueológicos realizados pela equipe do professor Gilson Martins e dos quais se pode ter uma idéia ao se visitar o Museu de Arqueologia da UFMS (MuArq), apontam para a existência de índios guarani na região sul do estado de Mato Grosso, há cerca de 7 mil anos.

De acordo com Urquiza, entre 1917 a 1928 se deu a demarcação de 8 terras destinadas aos índios guarani e em 1950 o governo de Getulio Vargas efetivou a ocupação da Colônia Agrícola de Dourados (CAND), terra onde habitavam centenas de índios. Houve convivência pacifica entre indígenas e proprietários rurais até a década de 1970. Os índios ficam ao redor das fazendas até o ciclo da soja, quando as matas o onde estabeleciam morada foram derrubadas. Depois dessa expulsão, os índios foram conduzidos para outras aldeias.

Estabelecendo uma comparação entre as duas regiões com mais população indígena no Brasil, a região Amazônica têm 98,5% de terras indígenas demarcadas e 60% da população, enquanto Mato Grosso do Sul tem 40 mil índios para 0,6% de terras demarcadas, ou seja 15% da população indígena brasileira. Os índios cadiuéus são os com maior área demarcada do estado, privilégio conseguido após a Guerra do Paraguai.

O professor afirmou ainda que 13% do Brasil é de área indígena, mas o processo para reconhecimento e demarcação das terras indígenas pode levar de 10 a 15 anos, pois até agora não começaram os estudos da área. Toda terra indígena é da União, e por isso, está de fora da especulação do mercado imobiliário, funcionando quase que como uma reserva natural de conservação.

O debate real vira ficção

“Terra Vermelha” é um filme brasileiro, produzido em parceria com a Itália, que leva para a ficção muito da história de um povo. O filme, que esteve em cartaz de 28 de novembro a 11 de dezembro em São Paulo, Brasília e Mato Grosso do Sul, relata o suicídio de duas meninas Guarani-Kaiowa e a luta dos índios para reconquista de suas terras, pois acreditam que só assim o espírito causador da desordem irá se afastar. A partir daí, o filme retrata o embate cultural entre indígenas e fazendeiros, principalmente no que diz respeito à terra. Para os Kaiowas, essas terras são um patrimônio espiritual. A terra tem grande importância na religião, pois é a origem da vida. Antes de se acreditarem donos da terra, os indígenas pensam ser parte integrante dela. É nesse contexto que está Osvaldo, protagonista do filme, ao mesmo tempo encantado com a vida dos brancos e assaltado por idéias suicidas. Assim, ao mesmo tempo em que tenta diminuir a distancia entre as culturas, acaba-se abrindo um fosso maior de indiferença por um conflito ainda sem solução.

Isso foi para dar "vida" a um blog parado.

3 comentários:

Jairo disse...

Jornalistas são realmente todos vaidosos, né? Uma das coisas que aprendi nessa vida louca que temos é que aquilo que a gente escreve, quando vai para o "papel" ou para as páginas virtuais, deixa de nos pertencer. Então, as interpretações, análises, efeitos que os textos podem provocar, precisam ser aceitos seja para o bem, seja para o mal. E, que bom que vc teve um elogio! Esteja preparada... feedbacks podem chegar beeeem depois de uma ação! Beijocas

Pâmela disse...

E quem é que não gosta de um elogio?
Beijo!

Jovana disse...

O que me incomoda é o fato de vc não ter falado sua opinião,e ainda assim evidenciar apenas um único lado da questão,que tem mais do que um parecer histórico.
Ademais, importante saber coisas sobre as coisas,e,se não fora sua intenção tomar partido, mostrar isso! =)
(já que é um artigo,claro)

Leia o projétil! aheuaheuaheua

kissas!